segunda-feira, 29 de abril de 2019

Graça - Mural na Rua da Senhora da Glória

A Rua da Senhora da Glória foi fixada na memória da cidade em data que se desconhece mas seguramente, pelo menos data do século XIX já que nos registos de numeração predial, consta um mandado datado de 19 de Julho de 1893, onde este arruamento está designado por Rua de Nossa Senhora da Glória, à Graça.

daqui:

http://lisboadeantigamente.blogspot.com/2018/09/rua-da-senhora-da-gloria.html

Mouraria - Rua João do Outeiro

Segundo Norberto de Araújo, perpetua a memória de um abastado proprietário da Ilha de S. Miguel do séc. XVI, que resolveu vir para Lisboa acabar os seus dias naquela zona da Mouraria.

Mouraria - Rua do Capelão

A antiga Rua do Capelão é uma artéria icónica do Fado de Lisboa por nela ter falecido a Severa no séc. XIX, nela ter nascido no séc. XX o fadista Fernando Maurício, conhecido como o Rei do Fado da Mouraria, bem como por ser o título pelo qual é conhecido o Velho Fado da Severa, composto por Frederico de Freitas para a letra de Júlio Dantas para o 1º filme sonoro português – A Severa – em 1931, aí interpretado por Dina Tereza e depois interpretado por inúmeras vozes como Amália, Ada de Castro, Fernanda Maria, Cidália Moreira, Dulce Pontes, Anabela, Lula Pena ou Cuca Roseta.

De acordo com Cristóvão Rodrigues de Oliveira, no seu Sumário de 1551, já nesse ano existia em Lisboa a Rua do Capelão, tal como a Rua da Mouraria, a dos Cavaleiros, a do João do Outeiro e a da Amendoeira. O historiador Pedro de Azevedo apontava em 1900 que o topónimo talvez derivasse do sacerdote da mesquita intitulado capelão, adiantando que o último capelão mouro de Lisboa se chamava Mafamede Laparo. Depois, Norberto de Araújo, nas suas Peregrinações em Lisboa dos anos 30 do séc. XX, defendeu que o nome da rua advinha de «um oratório armado numa parede, com frente à rua, e que merecia a maior devoção aos habitantes do sítio; às tardes, a população reunia-se, e rezava em conjunto deante da imagem.»

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Mouraria - Rua da Amendoeira

A Rua da Amendoeira foi no século XIX uma morada de Ana Gertrudes, também conhecida pela alcunha da Barbuda e mãe de Maria Severa Onofriana, como referiu o olisipógrafo Luís Pastor de Macedo.

Esta é uma artéria que data pelo menos do séc. XVI considerando que Cristóvão Rodrigues de Oliveira, no seu Sumário de 1551, já regista a Rua da Amendoeira, tal como a Rua do Capelão, a do João do Outeiro, a dos Cavaleiros e a da Mouraria. Não espanta assim que a antiguidade da rua a inscreva na tradição popular de gerar nomes de ruas – topónimos – a partir das disposições do terreno ou do local, às suas circunstâncias naturais ou à sua fauna ou flora. Em data não precisa do séc. XVI, encontramos também o registo do foro, no valor de 30 reais, de um chão situado na Rua da Amendoeira, propriedade do pedreiro João Dias. No entanto, encontramos registos anteriores de 1394 e 1397, num artigo do Pedro de Azevedo (o autor de Nomes de pessoas e nomes de logares de 1900) publicado pelo Museu Etnológico Português em 1900.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

Mouraria - Rua dos Cavaleiros

Encontramos a primeira referência a esta artéria na "Relação Alfabética dos nomes das ruas, travessas, becos e outros postos" incluída no «Sumário - Lisboa em 1551» de Cristóvão Rodrigues de Oliveira, inserida então nos limites da freguesia de Santa Justa e continua com a mesma designação nas descrições paroquiais anteriores ao terramoto de 1755.

Os seus primeiros passeios e macadamização são do último quartel do século XIX, de acordo com um parecer municipal de 15-02-1875."

(Toponímia de Lisboa - CML)

Mouraria - Rua Marquês de Ponte de Lima

A Rua Marquês de Ponte de Lima que une o Largo do Terreirinho ao Largo da Rosa, foi dada por Edital municipal de 27 de maio de 1902, substituindo a Rua João Carlos d’Oliveira para homenagear o 3º Marquês de Ponte de Lima e proprietário do Palácio da Rosa.

Segundo o Edital municipal de 8 de setembro de 1899 , a Rua João Carlos d’Oliveira foi o topónimo para «a nova rua projectada para ligar o extremo Norte da calçada, de Santo André e o largo do Terreirinho com a rua das Farinhas, e da qual está actualmente em contrucção o lanço comprehendido entre esta ultima e o largo do Colleginho». Norberto de Araújo defende que a Rua Marquês de Ponte era a antiga Rua do Coleginho.

Alfama - Travessa do Paraíso

A Rua e a Travessa do Paraíso, na freguesia de São Vicente, são topónimos derivados da Ermida de Nossa Senhora do Paraíso que ali chegou em 1562, vinda de Santos-O-Velho, por determinação de D. João II.

Ambos os topónimos estão já na Corografia portugueza e descripçam topografica do famoso reyno de Portugal , de Carvalho da Costa, publicada em 3 volumes de 1706 a 1712, sendo a Rua grafada como rua direyta do Paraiso.
Hoje, a Rua do Paraíso sai do Largo Dr. Bernardino António Gomes (Pai) para chegar à Calçada do Cascão, enquanto a Travessa do Paraíso liga a Rua do Paraíso ao Campo de Santa Clara.

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Bica - Calçada Salvador Correia de Sá

A antiga Calçada de S. João Nepomuceno, que a partir do Edital de 14/10/1915 se denominou Calçada Castelo Branco Saraiva, passou por Edital municipal de 28 de agosto de 1950 a ser a Calçada Salvador Correia de Sá, por referência ao pai do filho com o mesmo nome que ali residiu.

No século XVIII, por ser a morada de seu filho com o mesmo nome, esta calçada já era conhecida como rua de Salvador Correia de Sá. Por exemplo, no Livro 5º de Consultas e Decretos de D. João V, encontramos com datas de 13 a 20 de julho de 1714, uma consulta sobre a utilização de águas públicas retidas num tanque por um cirurgião inglês, que aforou um andar na rua de Salvador Correia de Sá e que se insurgiu violentamente contra os oficiais do Senado quando estes o proibiram de reter a dita água. Contudo, quando em 1950 a Câmara Municipal deliberou recuperar topónimos antigos escolheu o nome setecentista do filho, mas identificou-o como sendo o pai, que fora Governador do Rio de Janeiro.

Bica - Rua dos Ferreiros a Santa Catarina

Rua dos Ferreiros a Santa Catarina que antes de 1859 foi Rua dos Ferreiros da Esperança.

segunda-feira, 8 de abril de 2019

Mouraria - Rua das Farinhas

A Rua das Farinhas, que hoje une o Beco das Farinhas ao Largo da Rosa, no território da atual freguesia de Santa Maria Maior (antes do Decreto 90/XII de 2012 era da freguesia São Cristóvão e São Lourenço), terá sido um topónimo fixado na Lisboa seiscentista.

Esta hipótese assenta no facto de já Cristóvão de Oliveira ao descrevera Lisboa de 1551 no seu Sumário, já apresentar a Rua das Farinhas na freguesia de São Lourenço bem como o Beco das Farinhas na contígua freguesia de Santa Justa. E parece descortinar-se a continuidade do topónimo por se encontrar nas descrições paroquiais anteriores ao Terramoto de 1755, a mesma Rua das Farinhas na freguesia de S. Lourenço bem como o Beco das Farinhas em Santa Justa.

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Bica - Rua da Bica de Duarte Belo

A rua que liga a Travessa do Cabral ao Largo do Calhariz, conhecida pelo seu elevador, evoca Duarte Belo um armador e negociante da Lisboa Quinhentista, proprietário da Bica dos Olhos que curava maleitas dos olhos.

Como refere Norberto de Araújo (Peregrinações em Lisboa, vol. XIII), este Duarte Belo possuía na Boa Vista umas casas e um chão no qual existia uma bica, conhecida como a Bica dos Olhos, sendo também certo que, pelo menos desde 1554, o topónimo “Bica do Belo” existia como um sítio que podia até não ser regularmente urbanizado e se localizava à beira-rio. Em 1709, a Bica dos Olhos foi desviada para o alinhamento da Rua da Boavista, mas manteve a tradição de gerações alfacinhas de irem lavar as vistas antes do nascer do sol, para melhorar a visão ou curar outra maleita dos olhos.

Bairro Alto - Rua Luz Soriano

A «RUA LUZ SORIANO» pertence à freguesia de «SANTA CATARINA».
Em finais do século XIX, a C.M.L. mudou os nomes em elevado número de artérias em Lisboa.
A importante «RUA DO CARVALHO» - que devia o seu nome à propriedade que era pertença de Carvalho e Melo - foi rebaptizada com o nome de «RUA LUZ SORIANO»

«SIMÃO JOSÉ DA LUZ SORIANO» que dá nome à rua, nasceu no dia 8 de Setembro de 1802. Relatam as crónicas que sua família era bastante pobre. Abandonado pelo pai (DOMINGOS JOSÉ SORIANO), barbeiro de profissão, que partiu para o Brasil, o jovem Simão, entra na Casa Pia de Lisboa, onde lhe são ministrados os primeiros estudos. Ingressou na Academia Real de Marinha, ingressou Universidade de Coimbra. Liberal andou exilado, foi parar aos Açores, criou a «CRÓNICA DA TERCEIRA», e após a capitulação de D. Miguel regressou ao continente.